ESTE É O BLOG DO CRONISTA ESPORTIVO MARTINS ANDRADE SOBRE O FUTEBOL CEARENSE.
FUTEBOL BAIÃO-DE-DOIS - O NOSSO FEIJÃO COM ARROZ.

terça-feira, 28 de abril de 2009

MIRANDINHA PÔS O OVO EM PÉ.

Lembram da fábula do homem que pôs o ovo em pé?

Ninguém lembrou que era tão simples por um ovo em pé!

Treinador de futebol às vezes se transforma no homem da fábula e consegue também por um ovo em pé.

Domingo que passou, dois treinadores tentavam por um ovo em pé.

Mirandinha e Zé Teodoro se dispuseram equilibrar suas equipes, na tentativa de que, aquele que ficasse mais em pé durante toda a partida venceria o jogo.

Para equilibrar seu time, Zé Teodoro teve quase um mês para arranjar um posicionamento, que permitisse seu time ficar em pé no primeiro jogo da decisão.

E teve ainda o retorno daqueles que estiveram fora do time no final da participação da equipe no segundo turno.

Time completo, descansado, era tentar por o ovo em pé.

A fórmula bastante conhecida: dois alas com caracteristicas diferentes, mas muito eficientes dentro de suas funções, porque um tem muita força e velocidade quando vai para o apoio, e o outro de excelente qualidade com a bola no pé, mercê de seu bom passe, capaz de colocar um atacante na cara do gol em lançamento longo; um miolo de zaga que demonstrou segurança e entrosamento ao longo do campeonato; um volante de pegada forte e outro que marca, mas que sai para o apoio e é bom nessa função; dois meias habilidosos, que sempre chegam e concluem bem; um atacante matador e outro veloz e habilidoso para desmanchar o sistema de defesa do adversário.

Esse era o time do Ceará. O ovo que seu técnico Zé Teodoro apostava que ficaria de pé. Isto é, venceria o jogo e daria um grande passo para roubar o tri do adversário.

Do outro lado Mirandinha tentava anular todas essas características do alvinegra, que o transformava em um time de muita força técnica.

Que fez, então?

Usou o simples para diminuir o potencial técnico do adversário.

Para o velocista e habilidoso Misael, fez encostar nele a juventude e força de Gilmak e deixou com Sérgio Alves um dos dois homens da sobra.

Coutinho virou a sombra de Alex Gaibu, de tal forma que o rastro de um coincidia com o do outro. E Álvaro Bufalo, enquanto esteve em campo, roubava até o oxigênio que Geraldo tentava respirar.

Pegou Bismark e Wanderlei e colou cada um nos alas do Ceará.

Bismark não deixou Fábio Vidal sair ou armar de longe, nem Wanderlei deu trela para as saidas de Boiadeiro. Ali a briga foi boa. Dois velocistas e um risco para a defesa alvinegra: se Boiadeiro saisse para o apoio, levava bola nas costas.

E Cleisson segurou Chicão enquanto teve fôlego. Este não saiu uma vez sequer para apoiar.

Neutralizando a qualidade técnica do Ceará, noves fora a arbitragem, Mirandinha quebrou a casca do adversário e pôs o ovo em pé.





terça-feira, 14 de abril de 2009

CRUZETAS QUE NÃO LEVAM A NADA.

Arnaldo Lira chega ao final do campeonato que pedia a Deus para acabar.
Nada ganhou com o Ferroviário.
Técnico de atitudes controversas fez um campeonato utilizando métodos que contrariam a lógica de outros treinadores.
Enfezado, colocou o artilheiro no banco e escalou mediocridades.
Trocou a certeza da boa finalização por promessas duvidosas.
Em qualquer lugar do mundo, quem entra no jogo e permanece como titular é quem faz os gols.
E a escalação dele é repetida para crescer coletivamente com a equipe.
O artilheiro tem prioridade em qualquer time, seja ele uma pessoa tranqüila ou temperamental, ágil ou lento, falador ou calado, é ele quem joga.
Um técnico de futebol dorme com uma bola sob a cabeça e sonha criando jogadas que redundem em gols.
E a glória é ter quem os faça.
E quer esse artilheiro de qualquer maneira!
O Ferroviário tem esse jogador, que a birra de seu treinador pouco o deixou jogar.
Não se dirige futebol com pirraça.
O resultado desse desequilíbrio foi danoso para o clube.
Arnaldo Lira está indo embora.
Vai orgulhoso de ter contrariado, de não sucumbir à realidade dos fatos, de ter colocado no banco o goleador, o artilheiro do time.
Atrás fica o Ferroviário e sua torcida, mais uma vez decepcionada com a desclassificação do clube, e que poucos entendem por quê.
O pior de tudo foi ver a complacência de seu presidente, suportando as diatribes do treinador, sem contestá-lo.
O presidente do Ferroviário chegou ali com cara de bobo, e comportou-se como tal até pouco tempo atrás.
Hoje, de bobo só tem a cara.
Qualquer outro presidente cobraria uma satisfação ao treinador, do por que colocar no banco o seu principal goleador.
O presidente do Ferroviário ao invés de contestar, preferiu assistir à decepção de seu torcedor com os espetaculosos jogadores que seu treinador escalava...
Artilheiros de nenhum gol.
Aliás, de gols nenhum.
Mas titulares absolutos, talvez por acertos extra-campo, de um clube que quer se manter como a terceira força do futebol cearense.
O curioso é que treinador que deixa o goleador no banco, sempre perde o emprego.
O Ferroviário, estranhamente, garante o de seu treinador.
Essas cruzetas poderão surtir efeitos para poucos, mas não levará o Ferroviário a lugar nenhum.



MATUTANDO SOBRE PATIFARIAS

Tenho viajado bastante no exercício de minha profissão.
O blog tem ficado um pouco de lado e peço desculpas ao nosso freqüentador por não atualizá-lo com mais freqüência.
Nessas andanças, ouvi uma conversa entre dois cidadãos que julgo serem funcionários públicos, não sei se federais ou do estado.
Há duas ou três semanas eu estava em Sobral e almoçava em um restaurante.
Estava acabando o almoço, quando entraram.
Já vinham conversando sobre um assunto, que de inicio não pude captar.
Um deles frisava:
“Pura sacanagem! Se fosse eu entregava esse troço e ia cuidar de minha vida, rapaz!”
E continuou:
“Meu amigo, ficar a mercê desses pilantras.. ficava nada!
O sujeito ficar agüentando determinadas pessoas, que só fazem sugar o futebol e nada dão em troca, é dose amigo!”
O outro, que parecia já estar a par da conversa, completou:
Cara, tá na hora desse homem tomar uma posição mais firme! Ele não é obrigado a aceitar essas coisas, não!
O primeiro voltou a falar irritado:
“Ele é muito paciente, educado, mas se fosse eu convocaria uma entrevista coletiva com os colegas do pilantra e jogava na rua tudo que estão fazendo!
É brincadeira, rapaz! Uma pessoa como o Leitão ser encostado no canto da parede por um filho da p... daquele, que usa o Ceará a todo instante para crescer, e ainda fica ameaçando os outros!”
O segundo completou:
“Entregava na hora!... Ia ficar fazendo o quê? Sendo besta?
Não ganha nada, ainda gasta do dele com o time, e tem que tolerar essas fuleiragens, homem?”
E perguntou ao primeiro: “quem te falou esse negócio?”
Respondeu o outro: “Na repartição tá todo mundo sabendo, homem!”
E o que é mesmo que ele queria? Quis saber ainda o primeiro.
“Ele propôs ao Leitão que o apoiasse na eleição para deputado. O Leitão disse que não iria apoiar ninguém não, porque não era político e isso não lhe interessava. E mesmo assim a eleição ainda estava muito longe!...
Então o pilantra disse para o Leitão, que se ele não o apoiasse para deputado, ele mesmo iria se candidatar a presidente do Ceará! Aí o Leitão falou que não sabia nem se se candidataria! E que não tem nem interesse mais nisso!”
E ai? Quis saber mais.
“Aí é que o Leitão foi proibido até de dar entrevista na rádio dele!”
O outro arrematou: “rapaz eu botava a boca no trombone e caia fora!...
A torcida do Ceará fica voando, pensando que tudo está bem e os caras boicotando o presidente para se aproveitar dela mesma...
O de bigode falou: o Leitão está se comportando como um mama na égua.”

Paguei meu almoço e saí estrada a fora, matutando sobre patifarias...

domingo, 12 de abril de 2009

TENTANDO SE LEVANTAR.

Ceará aguarda o adversário para a final de campeonato.
Segundo turno em sua fase de conclusão e a crítica sondando adversários
Alvinegro mexeu no comando técnico, se deu mal.
Arrependeu-se, praticou o ato de contrição e fez retornar o comando do inicio do turno.
Pareceu a história do filho pródigo, mas só pareceu.
Gente barbada, viajada, larga experiência, nada tem a ver com menino revoltado.
Mas, vamos ao que interessa.
Escrevi aqui que uma conversa com Zé Teodoro, naquele momento, seria a atitude mais correta para reconduzir o time para novas vitórias.
Mudar não traria tranqüilidade, mesmo porque não daria tempo, como não deu.
Eis que Zé Teodoro retorna e lhe dão uma responsabilidade maior do que a que já possuía: rearrumar o time e ganhar o campeonato.
A tarefa é normal.
Todo técnico tem como tarefa principal ganhar campeonatos.
Difícil cumpri-la. O adversário arrumou-se e pode vir de garras à mostra.
Porque cresceu técnica e coletivamente.
Ao Zé Teodoro cabe levantar a moral da moçada e utilizar o tempo que resta para restabelecer a competitividade do alvinegro.
Trabalho não muito fácil, mas não impossível.
Afinal, os jogadores são os mesmos, não desaprenderam a jogar, e só foi perdida a confiança, que uma boa conversa bem conduzida pode restabelecê-la.
Além disso, é só rearrumar um setor que o outro desarrumou: a defesa.
Mesmo assim, a situação não é fácil.
Dos dois corredores, um disparou na reta final.
O outro está tentando se levantar para recomeçar uma corrida.

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