MIRANDINHA PÔS O OVO EM PÉ.
Lembram da fábula do homem que pôs o ovo em pé?
Ninguém lembrou que era tão simples por um ovo em pé!
Treinador de futebol às vezes se transforma no homem da fábula e consegue também por um ovo em pé.
Domingo que passou, dois treinadores tentavam por um ovo em pé.
Mirandinha e Zé Teodoro se dispuseram equilibrar suas equipes, na tentativa de que, aquele que ficasse mais em pé durante toda a partida venceria o jogo.
Para equilibrar seu time, Zé Teodoro teve quase um mês para arranjar um posicionamento, que permitisse seu time ficar em pé no primeiro jogo da decisão.
E teve ainda o retorno daqueles que estiveram fora do time no final da participação da equipe no segundo turno.
Time completo, descansado, era tentar por o ovo em pé.
A fórmula bastante conhecida: dois alas com caracteristicas diferentes, mas muito eficientes dentro de suas funções, porque um tem muita força e velocidade quando vai para o apoio, e o outro de excelente qualidade com a bola no pé, mercê de seu bom passe, capaz de colocar um atacante na cara do gol em lançamento longo; um miolo de zaga que demonstrou segurança e entrosamento ao longo do campeonato; um volante de pegada forte e outro que marca, mas que sai para o apoio e é bom nessa função; dois meias habilidosos, que sempre chegam e concluem bem; um atacante matador e outro veloz e habilidoso para desmanchar o sistema de defesa do adversário.
Esse era o time do Ceará. O ovo que seu técnico Zé Teodoro apostava que ficaria de pé. Isto é, venceria o jogo e daria um grande passo para roubar o tri do adversário.
Do outro lado Mirandinha tentava anular todas essas características do alvinegra, que o transformava em um time de muita força técnica.
Que fez, então?
Usou o simples para diminuir o potencial técnico do adversário.
Para o velocista e habilidoso Misael, fez encostar nele a juventude e força de Gilmak e deixou com Sérgio Alves um dos dois homens da sobra.
Coutinho virou a sombra de Alex Gaibu, de tal forma que o rastro de um coincidia com o do outro. E Álvaro Bufalo, enquanto esteve em campo, roubava até o oxigênio que Geraldo tentava respirar.
Pegou Bismark e Wanderlei e colou cada um nos alas do Ceará.
Bismark não deixou Fábio Vidal sair ou armar de longe, nem Wanderlei deu trela para as saidas de Boiadeiro. Ali a briga foi boa. Dois velocistas e um risco para a defesa alvinegra: se Boiadeiro saisse para o apoio, levava bola nas costas.
E Cleisson segurou Chicão enquanto teve fôlego. Este não saiu uma vez sequer para apoiar.
Neutralizando a qualidade técnica do Ceará, noves fora a arbitragem, Mirandinha quebrou a casca do adversário e pôs o ovo em pé.