ESTE É O BLOG DO CRONISTA ESPORTIVO MARTINS ANDRADE SOBRE O FUTEBOL CEARENSE.
FUTEBOL BAIÃO-DE-DOIS - O NOSSO FEIJÃO COM ARROZ.

sábado, 18 de julho de 2009

O CARDÁPIO DO EUSÉBIO.

Ainda não havia visto o Fortaleza nas quatro últimas partidas.
Estava curioso para saber porque muitos criticaram o treinador por colocar seis homens no meio campo, formando uma muralha de proteção à sua defesa.

Ouvi muitos comentários a respeito desse assunto nas últimas duas semanas.
Hoje vi, e agora sei porque o técnico Giba colocou seis homens para proteger sua defesa, e tenho a ligeira impressão que mais não colocou porque não podia.

Baseado no que vi em outras partidas, escrevi outro dia, que o meio campo do Fortaleza marca mal.

Outra reclamação que sempre fazem diz respeito a não escalação do jovem atleta Bismark.
Cobram sua presença em campo achando que há espaço para ele no elenco titular do tricolor.

Quem joga ao lado de Marcelo Nicácio? Wanderlei, Luis Carlos, Cristian? São dúvidas corriqueiras que se ouve todo dia.

Do que vi hoje, na derrota para o Atlético Goiano, pude compreender a dificuldade que o treinador Giba está tendo para colocar em campo o melhor que o Leão tem.
Mas não está fácil.

Os volantes do Fortaleza, pelo que demonstraram hoje, entram em campo como se estivessem acabado de chegar de um aniversário onde lhes serviram feijoada no almoço, panelada no jantar, um caldo de mocotó de sobremesa e cinco mangas coité na merenda.
Com aquela “mobilidade” e atenção em campo explica-se porque marcam tão mal.

O ala Maisena em certos momentos do jogo parecia que havia chegado de uma festa, e estava à beira do campo e, como não tinha ninguém, lhe deram o material e ele foi jogar: sem força física para acompanhar quem passava por ali, sem a mínima condição de servir um companheiro a cinco metros de distancia, passando mal a bola, foi o retrato do Fortaleza no final do jogo.

Quem viu o último gol do Atlético com certeza vai concordar com o que estou escrevendo...

E olha que o Giba ainda cobrava bravura dessa rapaziada: sejam homens! Se esgoelava à beira de campo.

A entrada do Bismark melhorou a saída de bola de meio campo, pelo lado direito, mas na hora do choque, lá estava ele de novo no chão.
Bismark não suporta um choque.

Alguém vai se interrogar: não tem nenhum elogio?
Tem sim. Eusébio

Come todo aquele cardápio que falei que os volantes comiam, e consegue correr.

É que Eusébio está acostumado...


CURTAS & RÁPIDAS


CEARÁ DE COM FORÇA.
Ceará correspondeu e venceu à Portuguesa.
P. C. Gusmão tem dado uma dinâmica fabulosa ao time alvinegro.
Criou no time a consciência da força coletiva e todos se matam em campo.
E os jogadores têm correspondido.

RESQUÍCIOS DE ESCRAVIDÃO
É proibido bebida no interior do estádio Castelão.
A lei deveria ser para todos, indistintamente.
Afastaram o Basílio do portão da Apcdec porque ele viu alguns próceres alvinegros se dirigindo a setor privilegiado a que tem direito, portando bebida.
E dedurou.
Alguns não gostaram.
É que a lei é para os arquibaldos.
Pediram a saída do Basílio
Resquícios de escravidão...

DEBAIXO D’ÁGUA
A chuva intensa que aconteceu durante o jogo do Ceará com a Portuguesa parece que não teve nenhuma influencia na movimentação alvinegra.
Ceará jogou como se fosse a Portuguesa lá em Sampa.

E EM SÃO PAULO NÃO CHOVE?
Cronistas paulistas criticavam alguns jogadores da Portuguesa porque alegaram que jogaram mal por causa da chuva. E em São Paulo também não chove? Isso não é desculpa. Em São Paulo também chove!

CHAMEM O DUDE
Com os volantes do Fortaleza jogando daquele jeito, vão já trazer o Dude.

BOIADEIRO NO SECO E NO MOLHADO
Alguns jogadores do Ceará, no jogo contra a Portuguesa, tiveram desempenho fora do comum.
Alguns repetiram o que a torcida e crônica já conhecem deles.
O caso do Michel, Fabrício, João Paulo.
Mas Boiadeiro excedeu. Quando queria faltar pernas, deslizava na água da chuva.
Foi o melhor.


ÊH, FERROVIÁRIO...
Ferroviário tem compromisso importantíssimo amanhã.
Um time que já foi da elite do futebol brasileiro, corre o risco de sequer se classificar para continuar numa quarta divisão.

CATANDO O DELE
Por falar em Ferroviário, onde andam os antigos cardeais corais, que não comparecem, senão com dinheiro, mas pelo menos com idéias para dar outra dimensão ao querido Tubarão?
Do jeito que a coisa vai, a recuperação está ficando cada vez mais difícil.
Entra um dirigente, que gasta certa quantia com o time e se recusa sair enquanto não se ressarcir do que empregou.
Vira uma bola de neve e a torcida é quem sofre.
E ele se eterniza enquanto tenta catar o dele.

A DUPLA DO FORTALEZA
Luis Carlos e Marcelo Nicácio devem formar a dupla de ataque do Fortaleza.
Pelo menos os dois têm sustança para enfrentar zagueiros parrudos que povoam a segundona.

E sabem fazer gols.
O resto não pode nem com a bola.

MISAEL, SEM PRESSA
Antes do final deste turno da segundona Misael será o titular do Ceará.
O trabalho que P. C. Gusmão está fazendo com ele é digno de elogios e demonstra que conhece.
Misael tem potencial, o que é fundamental, e o P. C. Gusmão lhe passa confiança. E ele vem correspondendo. Sem afobação para ser titular.
Isso dá amadurecimento ao jogador.
O gol que ele marcou ontem no Castelão espelha bem a feliz dualidade que está acontecendo entre treinador e jogador.
Quando entrar de vez, não sai mais.



domingo, 12 de julho de 2009

ATAQUE DE RUFIÕES.

Todo fazendeiro sabe e conhece um rufião.

Para quem não sabe, rufião é um animal que o fazendeiro usa para atiçar as vacas, deixando-as prontas para os outros touros montar.

Saindo da fazenda e entrando em campo de futebol, o Ceará tem vivido uma situação ímpar em relação ao aproveitamento de seus atacantes.

Ultimamente são os zagueiros que andam fazendo a diferença, marcando para o time do povo seus principais gols.

É bem verdade que gol pode ser marcado por qualquer um dos onze. Eles estão ali para isso mesmo. Mas é que na essência do futebol zagueiro defende, volantes marcam, meias criam e podem fazer gols e os atacantes são os responsáveis pelas conclusões.

Daí o nome de artilheiros para os homens de frente.

Nessas dez primeiras rodadas do brasileirão série B o Ceará mostrou-se um time criativo de oportunidades de gols.

As jogadas criadas apareceram, mas infelizmente poucas entraram.

Observa-se, entretanto, que salvo Preto, o segundo atacante do alvinegro nunca chega para definir com mais precisão.

Parece não ter o mesmo açodamento, traduzido em fome de gols, que outros atacantes demonstram.

Com isso o ataque se resume a apenas um jogador, praticamente entregue à sanha dos zagueiros, dificultando o aproveitamento das jogadas criadas pelo conjunto.

Essa falta de apetite de gols tem deixado o alvinegro em situação vexatória perante sua massa de torcedores, que vai ao estádio, grita, vibra e espera o momento extasiante do futebol, que é o gol. Mas ele quase não chega. E quando chega, vem pela complementação de zagueiros, como tem acontecido nos últimos jogos.

Mal comparando: se o gol adversário fosse uma vaca em cio e os atacantes do Ceará os touros encarregados de montarem esse animal para produzir uma prenhez, fazer a bola entrar, o momento não é muito bom para esses touros artilheiros do alvinegro.

Tem jogador ciscando lá por fora, custando a chegar na área, ou nem chegando no gol adversário para fazer a bola entrar...

Parecendo um ataque de rufiões.



CURTAS & RÁPIDAS.

DE ÓCULOS ESCUROS
As cadeiras novas do estádio Castelão têm causado transtorno ótico aos profissionais que trabalham na tribuna da imprensa e até cabines de rádio. É que por serem brancas causam reflexos, que vão exatamente para os olhos dos que têm que trabalhar de olhos bem abertos, obrigado-os ou fechar ou usar óculos escuros.

COISA PRETA
Atacante Preto está sendo engolido pelas defesas dos adversários. Sozinho contra dois ou três zagueiros fica difícil marcar.
A coisa está preta para o Preto

DOWNLOAD DE FILME RUIM.
O Fortaleza deu a entender que teria um surto de crescimento na série B.
Contudo os seus dois últimos jogos pareceu uma copia de um filme ruim.
Frisamos que contra o Ceara seus marcadores de meio de campo andaram mal das pernas. E continuam.
Não marcam ninguém.
O diabo é que os treinadores dos adversários começaram a querer cópias desse filme.
Tá todo mundo querendo uma cópia das atuações do Fortaleza.
E com o avanço da internet é só fazer um download.
É filme ruim, mas o adversário gosta.

ESQUECERAM O QUE TREINARAM.
Setoristas do Ceará alardearam que o técnico P. C. Gusmão havia treinado seus atletas em arremate ao gol.
Chutes curtos ou a média distância.
Parece que P. C. Gusmão esqueceu de falar para seus atletas que eles teriam que fazer a mesma coisa no jogo.
E os jogadores nem se lembraram!...

FERROVIÁRIO: QUO VADIS
Ferroviário enfrenta o Treze em Campina Grande, na Paraíba.
O Treze sempre formou um time bom.
Ferroviário mostra-se um time repetitivo.
Sempre com os mesmos jogadores, que vão ali para qualquer lugar do interior do nordeste, e sempre voltam para o ninho coral.
Jogadores que não apresentam nenhum crescimento técnico, e fisicamente continuam atletas mirrados.
Não vão para lugar nenhum.
Nem eles nem o Ferroviário.

ESPELHO DO MEQUINHA.
Ainda sobre Ferroviário.
Escrevi certa vez que seu presidente, quando lá chegou, tinha cara de bonachão, meio abobalhado, humilde...
Hoje de bobo só tem a cara.
Aprendeu rápido demais as manhas do futebol.
Agora é empresário de jogador.
Ainda vou voltar a este assunto, mas já, já, o Ferroviário vai ser o espelho do mequinha.
Um território livre para empresários de futebol, uma máquina de fazer jogadores ruins e um time medíocre.

Da maneira como joga Wellington Amorim, no Ceará, Misael é muito mais útil.
O maranhense é mais agudo, vai prá cima, e não fica lá atrás, deixando o outro companheiro entregue à zaga adversária.


O GOL NÃO SAI.
Não é bom ficar invertendo um homem de área por um meio campista.
Não se pode puxar um atacante para a armação e esperar que o meia seja o homem que sempre vá chegar para completar uma jogada de gol.
Isso só funciona se a jogada for bem treinada e não se tornar repetitiva no jogo.
Parece que é o que está acontecendo no Ceará, com a inversão de Wellington Amorim com Geraldo.
O primeiro vem armar, o segundo é quem está chegando para complementar.
Geraldo já não tem esse gás todo, imagina tendo que criar e chegar ao gol.
Vão matar o homem e o gol não sai.

EM NOME DA POLÍTICA.
Mota está de volta ao alvinegro.
Segundo consta é um jogador caro para os padrões do futebol cearense.
Mas tem mais alguma coisa por trás dessa transação, além de uma busca pela solução dos gols no ataque do Ceará.
O algo mais é o marketing político.
Nas entrevistas, de cada duas frases, uma era uma citação do nome do político que está por trás da contratação do atacante.

domingo, 5 de julho de 2009

DANDO CASCUDO
NO PEQUENO.


Parecia coisa de louco. Briga de menino grande contra um miúdo. Um se defendendo e outro dando porrada.

De um lado um time acuado, sem reação. De outro, um mais disposto, mais agudo, incisivo, atacando a todo instante.

O menino grande no jogo de ontem foi o Ceará, que atormentou o menino miúdo o tempo todo, não o deixando sair de casa, andando da sala para o quintal.

A postura do Ceará no primeiro clássico da série B foi ousada.

Com dois marcadores fortes, Michel e João Marcos não deixaram o Fortaleza iniciar jogadas criativas para explorar a velocidade de Wanderley, que ontem teve dois papéis: um de ser o homem de puxada de contra-ataque e o outro de tentar segurar as saídas de Fábio Vidal pelo lado esquerdo do Ceará.

Não foi nem uma coisa nem outra. Acabou substituído.

E mais: P. C. Gusmão deixou Esley e Geraldo flutuarem a vontade, confundindo o sistema de primeira marcação do tricolor e foi um Deus-nos-acuda.

Ao Fortaleza restou tocar para trás ou a velha rifa, que facilitou mais ainda os contra-ataques alvinegros.

Mas o Ceará, ontem, demonstrou que falta um atacante com certa tipologia física para a qualidade de jogo que utilizou.

O espaço que foi dado ao Boiadeiro ensejou muitas bolas altas, mas o biótipo dos atacantes do Ceará não permite melhores resultados; são de estatura mediana contra zagueiros altos.

A prova disso está no bom aproveitamento dos zagueiros alvinegros quando vão para as bolas altas na área adversária.

Mesmo assim as finalizações não estão sendo muito boas nas bolas baixas.

Viu-se ontem.

O Fortaleza que crescia, ontem demonstrou que necessita mais.

Primeiro: um jogador de meio de campo com mais habilidade e força para segurar bolas quando o passe de primeira não puder ser feito.

Segundo: melhorar a marcação de meio.
O pessoal dali mostrou-se lento demais, sobretudo quando havia a inversão do Geraldo com o Esley. Custavam a perceber e quando acordavam um dos dois já estava livre, com a bola dominada e um ala do Ceará já passava em velocidade para receber.

Foi desse jeito o jogo todo, e mesmo assim o pessoal de trás ainda garantiu o zero a zero. Com muita dificuldade, voltando jogo, tocando prá trás...

O resultado pode ser resumido pelos seguintes ângulos:

Para o torcedor alvinegro o lamento pelo não aproveitamento das oportunidades criadas. E não foram poucas;

Para os leoninos, a surpresa do time não ter rendido o suficiente para encarar o adversário de igual para igual, apesar do empate;

A mim pareceu rixa de menino grande com um pirroto medroso.

Não que o Fortaleza seja um time pequeno. Mas pareceu.

Toda vez que o pequeno via o grande, metia o pé na carreira prá trás.

Era o menino grande dando cascudo no pequeno.


CURTAS & RÁPIDAS

GUTO JOGA MAIS
Guto, que foi sacado do time de cima do Fortaleza, parece ter mais condições que Jaílson. Pelo menos é um jogador de mais força quando apóia e tem um passe melhor.
Se Jaílson for só aquilo que mostrou ontem, Guto faz falta.
Mas o torcedor não tem muito que reclamar.
Foi ele que vaiando, sacou o jogador do time.

SEM REBOTE
A marcação do Ceará foi tão forte que o Fortaleza não pegou um rebote, seja defensivo ou ofensivo.
Giba tem que treinar mais antecipação ao pessoal de meio.

DENTRO DA ÁREA
P.C. Gusmão mudou um pouco a característica de Wellington Amorim. Fê-lo jogar mais na área.
Jogar lá atrás é muito bom.
Ainda assim o Amorim quase marca no final.

BONDADE DO LOPES
Para o goleiro alvinegro o Fortaleza atacou muito.
Bondade do Lopes.
O primeiro chute dado pelos atacantes do Fortaleza aconteceu aos 3 minutos do segundo tempo.

NEM O TORCEDOR!...
Giba aos microfones: “Fortaleza rendeu abaixo do que se esperava, o Ceará foi melhor e não senti na minha equipe vontade de vencer!”
Nem o torcedor!...

CANTIGA DO MOTA
Mota com um pé no alvinegro, outro lá fora e as mãos juntas em forma de concha, cantando....
Dinheiro em mim
que sou fi de guaxinim!


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