ESTE É O BLOG DO CRONISTA ESPORTIVO MARTINS ANDRADE SOBRE O FUTEBOL CEARENSE.
FUTEBOL BAIÃO-DE-DOIS - O NOSSO FEIJÃO COM ARROZ.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ARTIGO.
A CORDA VEIO DE FORA.

Federações de futebol são entidades privadas, que não costumam prestar conta de seus atos ao público externo.

No caso, nós torcedores.

Muitas sobrevivem de doações, sobretudo da alcunhada “madrasta”, nacionalmente conhecida como Confederação Brasileira de Futebol, ou simplesmente: CBF.

É ato e fato corriqueiro, que todo final de ano a entidade nacional transfere recursos para as federações estaduais.

E não é pouco, conforme ficou evidenciado na CPI do futebol, cujos resultados culminaram com a abertura de vários processos contra seu presidente Ricardo Teixeira.

Mas a verba repassada pela CBF às federações, não é uma doação a troco de nada.

Se pela via direta o dinheiro faz a festa das federações e seus apadrinhados, na contramão vale voto.

E essa é uma das artificialidades que tem eternizado os presidentes da entidade nacional.

O “é dando que se recebe” entre a CBF e suas confederadas é uma regra.

A nível estadual há também essa eternização.

E a mão que vai lavar a outra, nas relações das federações estaduais com seus filiados, nem sempre vale dinheiro.

Mas pode valer facilidades.

É o que se imagina que pode ter ocorrido com o caso da tentativa de abonação dos cartões amarelos, por parte da federação cearense de futebol, para os jogos finais do primeiro turno.

O presidente, em ato isolado, anistiou todos os atletas que estavam pendurados com dois cartões, para que eles entrassem limpos na disputa do final do turno.

Essa anistia era um fato corriqueiro no futebol cearense, e o tribunal de justiça desportivo da federação, que se lembre, nunca se posicionou contra.

Pelo menos até esse último caso, quando tomou posição e invalidou o ato presidencial.

Se anistiar é, ou não, uma função do presidente da federação, não vai ao caso.

Ressalte-se, nesse ato, a tentativa da mão e contramão.

Agradar aos filiados, mesmo descumprindo a lei, porque já, já, vai haver nova disputa eleitoral, deve ter sido um dos motivos que levou o presidente a decretar o ato.

E dirigente de clube contrariado é voto contra.

Para essa batalha eleitoral, que se avizinha, a federação promove todo tipo de jogo.

É isso que pode estar também acontecendo.

Para garantir apoio e veiculação de seu candidato na mídia, a mentora estadual parece se aliar com todo tipo de gente, e pega corda, e aceita qualquer sugestão.

Mesmo sendo de pessoas, que se beneficiam do futebol, mas para concorrer em outro tipo de eleição.

Essa anistia causou um dano e mostrou uma certeza ao público externo: o desportista cearense.

Houve dano moral para a autoridade federativa, porque bastaria ele consultar qualquer membro da corte judicante de futebol, que se situa no mesmo prédio da federação, para saber que aquele ato seria irregular.

Com certeza a “corda” veio de fora.



COMENTÁRIO.

O técnico do Fortaleza Casemiro Mior vociferou, antes do clássico de ontem, que colocaria seu time em campo explorando o lado esquerdo da defensiva alvinegra onde joga o ala Fabio Vidal.

É que este jogador, constantemente vive no DM alvinegro, e vez em quando, não reúne condições físicas para jogar os noventa minutos.

E armou seu time para sair em contra-ataques por aquele lado.

Tentou fazer o trabalho, inicialmente com Wanderley e Elvis.

O primeiro receberia nas costas de Fabio Vidal, enquanto Elvis faria a passagem, recebendo na frente.

O famoso um dois.

E deixou Adailton flutuando pelos lados, uma vez ser este possuidor de muita força e velocidade.

Quebraria o sistema de defesa alvinegro.

Deve ter treinado bastante essa jogada, mas não deu certo.

Primeiro porque, ao avisar que jogaria por ali, o técnico do Ceará, Zé Teodoro, tomou as providencias de praxe, e puxou um volante, no caso Chicão, mais para o lado, e fechou a passagem.

Depois, colocou um velocista habilidoso - Misael, para atanazar a defesa do

Fortaleza e jogar nas costas de Elvis, que saia para jogar.

E Boiadeiro, do outro lado, prendia o Fortaleza atrás.

E o Fortaleza, que treinou para fazer uma coisa, acabou caindo em outra situação inesperada: o erro de marcação de seus volantes.

Viu-se Geraldo, meio campista do Ceará, recebendo bolas nas costas dos volantes do Fortaleza.

Isso obrigava um ou mais zagueiros sair para combater na intermediária, abrindo mais espaços para o adversário.

O Ceará consegui dominar o Fortaleza em quase todo primeiro tempo.

Mas, mesmo jogando mal, foi o Fortaleza quem abriu o placar do clássico, numa jogada acontecida pelo lado onde não trabalhou.


O lado direito da defensiva alvinegra.

Guto fez a jogada e Marcelo Nicássio aproveitou o rebote.

O segundo tempo veio com mudanças.

O Fortaleza tentando se garantir, reforçou a marcação.

Esqueceu que Fabio Vidal pode não ter gás para suportar um jogo inteiro, mas tem qualidade técnica suficiente para colocar uma bola onde quiser.

E fez um passe longo na cabeça de Sergio Alves, que acabara de entrar, e empatou o jogo.

Um justo placar para o clássico.




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