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sábado, 5 de julho de 2008

FALTOU CATIMBA

Ceará fez uma boa partida frente ao ABC, mas deixou escapar uma vitória quase certa.

Foi um jogo onde houve predominância de atitudes de seus treinadores, que foram marcantes no desenrolar da partida.

Ferdinando Teixeira, ousado como sempre, fez trabalhar bem seus alas em descidas pelos lados do campo, onde Alisson foi o mais insinuante.

Nesse trabalho, os meias do ABC foram muito importantes, na medida em que ajudavam os alas a fazerem a passagem, enquanto puxavam os volantes do Ceará para os lados, abrindo espaços para lançamentos de meio, feitos pelos seus volantes, que armavam de trás.

No primeiro tempo o ABC fez quatro jogadas desse tipo, criando conflito de marcação na entrada de área do Ceará, onde um jogador, André Rancheria, estreava sem muito entrosamento com Dezinho.

Havia ainda o trabalho individual desse garoto Rodriguinho, habilidoso e de bom toque de bola, que abria seus próprios espaços, chamando os alas para um apoio mais eficiente, virando o jogo em profundidade, tanto para o lado direito, quanto para o esquerdo, o que resultou em muitos cruzamentos sobre a área do Ceará.

Essas duas jogadas criadas pelo ABC resultavam em muitas dificuldades para a defensiva cearense.

Nas bolas de meio, a confusão foi intensa, tanto que na primeira delas, quase o ABC marca, e a quinta resultou na expulsão do goleiro Marcelo Bonan, do Ceará.
Nas bolas de fundo, elas procuravam sempre o Valdir Papel, que se aproveitou da estatura mediana dos zagueiros cearense para ganhar algumas. Fez um gol de cabeça no primeiro e outro no segundo tempo.

Com 10 em campo e perdendo de 1 x 0, houve uma superação dos jogadores do time cearense, que chegou ao empate ainda no primeiro tempo numa descida de Cleisson, um dos melhores do jogo pelo Ceará, que contou com o apoio de Fábio Vidal para fazer o cruzamento e a complementação de Luis Carlos.

No segundo tempo o técnico do ABC imaginou uma coisa e deu outra.

Com sua visão de jogo, Ferdinando Teixeira retirou um zagueiro e fez entrar mais um atacante. Puxou um volante para a zaga porque o Ceará havia tirado seu meia para a entrada do goleiro reserva. Era a lógica do jogo e uma goleada à vista.

O que Ferdinando Teixeira não contava era com a expulsão do meia Jean, que mudou essa lógica e desestruturou a equipe..

Dez contra dez, agora era o Ceará que tinha espaço para jogar, e pelo meio.
Lula Pereira aproveitou a expulsão do jogador do ABC e fez crescer no jogo seus jogadores de meio. Cleisson, Chicão passaram a criar e sair mais.

Num contra ataque Chicão virou o jogo e noutro Luis Carlos ampliou.

Alvinegro cearense poderia ter segurado o placar, mas permitiu o empate em duas jogadas do ABC pelo lado direito. Fábio Vidal pregou e desequilibrou o sistema de marcação por aquele lado.

Valdir Papel cobrando e pênalti e de cabeça empatou o jogo e o Ceará deixou dois pontos em Natal.

Lula Pereira ainda tentou dar mais força técnica ao ataque com a entrada de Ciel.

A equipe ganhou força, velocidade nos contra-ataques, mas desperdiçou as chances.

Cleisson foi extraordinário para dar qualidade e equilíbrio nas saídas de bolas do Ceará, enquanto teve fôlego; Luis Carlos usou sua força física e aliou habilidade para aproveitar os contra-ataques. Foi solidário na luta; Vavá superou a marcação com alguns bons momentos de força e velocidade. Não teve grandes oportunidades no jogo e Ciel poderia ter sido menos individualista quando esteve no jogo. É habilidoso, limpa com facilidade, mas falta-lhe a solidariedade para a vitória.

O empate não foi justo. Ceará merecia a vitória, mas para segurar o placar faltou catimba.

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