OLHANDO PARA TRÁS
Falando ainda de Mirandinha, que começou no Tubarão da Barra, e disse que carregou pedras para construir a Vila Olímpica, lembrei-me de outros jogadores que passaram pela Barra carregando alguma coisa.
No curto tempo que passei por lá, havia o Stélio, que auxiliava o pessoal de apoio: roupeiro, massagista...
E o Stélio era o encarregado do gelo.
O gelo dos profissionais.
Acabava o treino, sol a pino, todo mundo corria para os alojamentos, cada um querendo chegar primeiro, e já estavam lá os copinhos, enfileirados com água e gelo, que o Stélio havia preparado.
Era uma festa!
E arranjaram um auxiliar para o Stélio: um menininho alourado, magrinho, perninhas secas, meio sarará...
Seria o geleiro dos juvenis.
A moçada pegava o geleiro dos juvenis e fazia troça com ele.
Amarravam a camisa em volta de seu corpo magrinho, pegavam gelo e metiam dentro.
E ele saia correndo, desamarrando a camisa, escrachando todo mundo!
Às vezes chorava!
O Stélio era mais parrudo, ninguém mexia com ele.
Mas o Grilo...
Pouco tempo depois os dois trocaram o saco de gelo por chuteiras.
Stélio e Grilo tornaram-se jogadores profissionais.
Grilo foi para o Sport Recife, fez sucesso, encerrou a carreira e está sempre pelo PV.
Stélio não sei onde anda...
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